Desde o final do século XIX, começava a delinear-se uma rejeição da artificialidade dos sistemas de plantação, acompanhada de uma valorização progressiva da vegetação espontânea, em resultado da alienação e destruição da natureza decorrente da industrialização. Esta reacção, protagonizada por William Robinson, a princípio expressiva de uma revolta contra o formalismo vitoriano, acabaria pouco depois por convergir para uma nova atitude face às plantas, emergente tanto em resultado da destruição sistemática das formações naturais, como em resultado das consequências nefastas de séculos de “caça” às plantas e sementes motivada por um “excesso de entusiasmo do homem em colher do selvagem” (7) (HOBHOUSE, 1997). De facto, embora pela metade do século XIX não houvesse ainda quaisquer reservas em recomendar a recolha de espécies espontâneas para ganhos comerciais (HOBHOUSE, 1997), a rarefacção e, por vezes, o desaparecimento de espécies nativas de flor dos seus habitats, acompanhada da descaracterização generalizada das paisagens provocada pela dispersão das espécies exóticas introduzidas (na origem por vezes de verdadeiros desastres ecológicos (CLÉMENT, 2001)), impunham a necessidade de uma nova atitude face à natureza (figura D5).
(7) Cf. Penelope, Hobhouse, Plants in Garden History, Pavilion Books Limited, London, 1997, p.289.
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