No final do século XIX e início do século XX predominava ainda o impulso para a descoberta, recolha e adaptação de espécies exóticas, o que decorria, aliás, de uma tendência verificada no longo de séculos. Por esta altura, as regiões asiáticas tornavam-se cada vez mais acessíveis aos “caçadores” de plantas, sendo que, num espaço de apenas vinte anos, um grande número de novas plantas foi introduzido e aclimatado (HOBHOUSE, 1997) (figura D3). Este influxo de espécies, provenientes do Extremo Oriente, trazia um novo alento ao desenvolvimento de grandes jardins de coleccionadores tanto na Europa como na América do Norte. Porém, embora continuassem a chegar ao Ocidente um número significativo de novas plantas até à eclosão da Primeira Guerra Mundial, a sua influência sobre o estilo do jardim (5) começava a estabilizar (HOBHOUSE, 1997). Penelope Hobhouse (1997) considera mesmo que, a partir de 1900, “as novas introduções, embora avidamente absorvidas pelo jardim ornamental, não tiveram qualquer influência determinante nas modas de jardinagem” (6).
Na verdade, desde que a introdução de novas espécies exóticas se começou a tornar escassa, o “entusiasmo da descoberta” que se lhe associava foi progressivamente transferido para a descoberta de novas cultivares de jardim. Aspecto que levou a que, em meados do século, as cultivares se tornassem o centro das atenções, enquanto, por outro lado, a vegetação espontânea continuava a despertar um interesse crescente (figura D4).
(5) Embora desde sempre se tenha revelado um grande interesse pela introdução de espécies exóticas, só a partir do Renascimento este fenómeno começa a influenciar o desenho do jardim, passando desde então a influenciar o desenvolvimento de toda a arte dos jardins. Tendência que se começa a esbater somente no início do século XX.
(6) Cf. Penelope Hobhouse, Plants in Garden History, Pavilion Books Limited, London, 1997, p.289.
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