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sexta-feira, 9 de abril de 2010

A simplicidade linear, característica das bordaduras de Gertrude Jekyll, começa a ser abandonada durante e após a década de trinta, dando origem a estruturas de contornos mais descontraídos. As bordaduras meandrizadas, exibidas por Percy Cane no Chelsea Flower Show, nos anos trinta, impõem, desde então, uma nova moda de informalidade aos estilos de plantação (HOBHOUSE, 1997) (figura C20).

A ondulação dos contornos das tradicionais bordaduras traz novas possibilidades à distribuição espacial da vegetação, sobretudo em jardins de pequenas dimensões, permitindo a ocupação do espaço sob as copas das árvores e a criação de ilusões a respeito dos limites reais do jardim, dada a sugestão de continuidade gerada pela perda de visibilidade para além das curvas. No interior de jardins de delimitação rectilínea, os contornos sinuosos da plantação permitem dissolver a geometria dos limites, abrindo novas perspectivas à concepção de composições de carácter informal (HOBHOUSE, 1997). As próprias plantas, passam, nesta altura, a desempenhar um papel essencial na estruturação do espaço, pois as suas “formas e cores, ao invés dos limites e dos muros, definem a arquitectura do jardim” (16). Em muitos casos, deixa mesmo de haver qualquer relação entre as estruturas criadas e as bordaduras, convertidas em canteiros livremente desenhados no interior do jardim.

(16) Cf. Hobhouse, Penelope, Plants in Garden History, Pavilion Books Limited, London, 1997, p.296.

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