quarta-feira, 31 de março de 2010

A transformação da forma do jardim em movimento do Parque André-Citroën é impulsionada quer pelos ciclos biológicos das ervas, quer pela redefinição dos percursos (escolhidos pelos visitantes), quer pela manutenção criativa entregue aos cuidados dos jardineiros. Assim, embora pouco exigente no que respeita ao investimento de tempo e energia (49), a manutenção deste jardim é, no entanto, extremamente exigente quanto à sensibilidade e ao conhecimento. Por esta razão, os jardineiros posteriormente encarregues da sua manutenção e evolução acompanharam desde cedo a instalação do jardim, intervindo no seu arranjo ainda antes da abertura do parque. Para além disto, a direcção do parque encarregou-se ainda de seleccionar aqueles que apresentavam maior motivação por este tipo de trabalho, acedendo em completar a sua formação a respeito do jardim e da sua gestão por um período de dois anos (CLÉMENT, 2001).

“Por vezes rejeitado, frequentemente criticado, sempre citado, o jardim em movimento do Parque André-Citroën apresenta-se como resposta a uma procura implícita de um mundo em busca de reencontrar na natureza uma parte importante da sua existência” (50). Espaço lúdico, ecológico, pedagógico e experimental, o seu devir permanece ainda uma interrogação.

(49) De acordo com Gilles Clément (2001), o dispêndio em tempo e energia necessário à manutenção do jardim em movimento é inferior ao de qualquer outro jardim de superfície idêntica (embora não se possa avaliar ainda em que proporção pelo facto deste tema não ter sido objecto de nenhum estudo sistemático).
(50) Cf. Clément, Gilles, Le jardin en mouvement, de la Vallée au jardin planétaire, Sens & Tonka, Paris, 2001, p.161.

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