quarta-feira, 31 de março de 2010

Figura E3. O Splice Garden, concebido por de Marta Schwartz em 1986, em Cambridge, Massachusetts é exactamente aquilo que pretende ser: “um monstro” (3). O jardim é estático, as suas plantas são de plástico, as referências a associações vegetais incoerentes (coníferas com palmeiras), e nem mesmo o espaço é uma certeza, pois “as plantas crescem” em lugares inusitados como as paredes. A contradição prolonga-se na combinação, distorção e inversão das linguagens do jardim Renascentista francês e do jardim Zen japonês, com as formas de topiária de ascendência francesa a ocuparem o lugar tradicional das pedras no jardim japonês. É certo que nesta cobertura de um edifício de dezanove andares as condições não eram as mais favoráveis ao crescimento das plantas. Elas eram, todavia, as ideais para que Marta Schwartz levasse à prática a sua intenção de criar “um puzzle visual insolúvel” (4) fazendo referência aos perigos da genética e à possibilidade da criação do “monstro”, referência apropriada às actividades de pesquisa no âmbito da microbiologia do Withead Institute (http://www.marthaschwartz.com/).

(3) Cf. Meyer, Elizabeth K., Martha Schwatz, Transfiguration of the Commonplace, Spacemaker Press, Washington D.C.,1997, p.115.
(4) Cf. Meyer, Elizabeth K., Ibidem, p.115.

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