sábado, 10 de abril de 2010

Embora Burle Marx (31) não tivesse quais pretensões de originalidade, considerando o seu trabalho fundado sobre a evolução histórica e a análise do meio natural (BURLE MARX in DANTEC,1996) a sua obra foi essencial para a definição de uma estética paisagista moderna no decurso dos anos trinta (ADAMS, 1991) e conserva até hoje um carácter único e inimitável.

Burle Marx serve-se das plantas como matéria-prima para a sua expressão artística. Através delas ele provoca no jardim uma fusão entre pintura e escultura, demonstrando, em simultâneo, que preocupações de carácter social e ecológico não são de todo incompatíveis com os mais elevados padrões de exigência estética.

(31) Burle Marx (1909-1994) nasce no Brasil, em São Paulo, no seio de uma família culta que conserva fortes ligações à Europa (o seu pai é alemão e sua mãe brasileira (com antecedentes de origem francesa e holandesa). Ainda em criança Burle Marx começa a desenvolver o seu gosto pela jardinagem com a sua mãe, Cecília Burle Marx. Em 1928 viaja com a família para a Alemanha onde estuda música e pintura durante um ano e meio. Durante este período toma contacto com a flora brasileira através de uma colecção de plantas raras do Dahlem Botanic Garden em Berlim, ficando desde então encantado pela beleza da vegetação espontânea da sua terra natal, o Brasil. De regresso ao Rio de Janeiro em 1930, ingressa na Escola de Nacional de Belas Artes prosseguindo os seus estudos nos domínios da pintura, arquitectura e arquitectura paisagista, altura em que conhece os arquitectos que levaram o Brasil à dianteira do movimento moderno internacional. Entretanto, Burle Marx desenvolve os seus conhecimentos da botânica através de longas viagens ao interior do Brasil juntamente com o seu mentor Henrique Lahmeyer de Mello Barreto, director do jardim zoológico do Rio de Janeiro e reputado botanista (ADAMS, 1991). A obra de Burle Marx é extremamente vasta, constando tanto de realizações públicas – parques e jardins urbanos – como privadas (DANTEC,1996). Embora fosse um verdadeiro erudito no domínio da arte dos jardins, os seus registos escritos são escassos, limitando-se a fragmentos dispersos e a entrevistas. A sua obra é uma das principais referências do paisagismo moderno e conserva actualidade até aos nossos dias.

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