sábado, 10 de abril de 2010

No jardim japonês a textura sempre desempenhou um papel de grande importância. Na tradição ocidental, porém, só recentemente, em particular no decurso do século XX, se tem vindo a valorizar cada vez mais esta qualidade, explorando-a em todas as suas possibilidades. Sylvia Crowe (1994) considera mesmo que o desenho do jardim contemporâneo é por vezes definido a partir das próprias superfícies texturadas.

A textura é uma qualidade das superfícies apreendida visualmente, tal como a cor, mas que desperta impressões tácteis. Ao incidir sobre superfícies com diferentes orientações (como as folhas), a luz é reflectida de forma diferenciada definindo zonas de luz e de sombra que permitem o reconhecimento, através da memória visual, da rugosidade das superfícies (BALSTON, 1989). Assim, embora as suas características possam, na maioria dos casos, ser confirmadas pelo tacto, a textura, quando apreendida visualmente, não é mais do que a sensibilização das superfícies através da luz. Por esta razão, a nitidez da textura beneficia com a incidência directa da luz.

As sombras das árvores de copa aberta e transparente também sensibilizam as superfícies sobre as quais recaem criando sobre elas texturas aparentes que as valorizam, em especial quando são planas (como superfícies pavimentadas, relvados ou prados). Para Sylvia Crowe (1994) este tipo de sombra matizada é de todas a mais agradável que as árvores produzem.

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