sábado, 10 de abril de 2010

A profusão de espécies e diversidade de qualidades da flora brasileira trazem grandes vantagens ao trabalho de um artista com a sua imaginação e inteligência. Ele possui a clareza e a sensibilidade para discernir quais as espécies mais adequadas a cada função e a cada lugar. Nas circunstâncias mais particulares a linguagem vegetal nunca o limita, pelo contrário, através dela ele consegue as mais criativas e inovadoras soluções (figuras B35-B36). E nem mesmo a necessidade de inovar em termos de materiais, acompanhando o movimento moderno da arquitectura, o desencoraja do desenvolvimento desta sua linguagem, levando-o antes, desde o início da sua carreira, a recorrer a plantas selvagens das montanhas e desertos nunca antes utilizadas em jardins (ADAMS, 1991).

A rara e difícil alquimia conseguida por Burle Marx entre ecologia, jardim e arte, e a invenção de uma nova linguagem para as plantas, capaz de pôr o jardim a par dos avanços revolucionários da pintura e da arquitectura (ADAM,1991), tornam-no um dos paisagistas mais importantes – senão o mais importante – da época moderna (DANTEC,1996) (figura B37).

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