sábado, 10 de abril de 2010

Mas, se Robinson traça todo um quadro conceptual para o “jardim impressionista”, é, no entanto, Gertrude Jekyll (http://www.gertrudejekyll.co.uk/) quem harmoniza a liberdade das plantas vivazes, com a sua multiplicidade de volumes, formas e cores, em autênticas “pinturas paisagistas”, vivas e tridimensionais.

Gertrude Jekyll sonhara desde a sua juventude vir a tornar-se pintora, porém, uma miopia profunda obriga-a a transferir a sua vocação para a arte dos jardins. Embora exímia no tratamento de volumes e formas e atenta à conjugação das texturas, sobretudo das flores, de todas, a qualidade plástica da vegetação que mais a impressiona é a cor.

Recorrendo às plantas, Gertrude Jekyll recria no jardim uma “pintura impressionista feita de toques de cor que se influenciam mutuamente sob a luz” (23). As plantas são para ela verdadeiras pinceladas, o jardim, a tela.

Gertrude Jekyll passará toda a sua vida reflectindo acerca “da maneira de dispor as flores, em particular do ponto de vista das cores” (24), elevando a um ponto de perfeição a mixed border, a qual é, de resto, tida como invenção sua. Colour in the Flower Garden (1908), considerado o seu livro mais importante, é talvez o que melhor traduz o resultado de toda uma vida de trabalho experimental, em grande parte realizado no seu próprio jardim: “o meu jardim é o meu atelier, o meu escritório, o meu repouso” (25) (figura B26).

(23) Cf. Dantec, Jean-Pierre le, Jardins et Paysages, Larousse, 1996, p.345.
(24) Cf. Gertrude Jekyll in Dantec, Jean-Pierre le, Jardins et Paysages, Larousse, 1996, p.347.
(25) Cf. Gertrude Jekyll in Dantec, Jean-Pierre le, Ibidem, p.347.

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