segunda-feira, 12 de abril de 2010

Os volumes dos arbustos possuem características de densidade idênticas às das árvores mas, evidentemente, não influenciam da mesma forma as características de luminosidade do espaço, pois situam-se sobre o plano do solo e as suas dimensões são, em geral, consideravelmente menores.

Certas espécies de arbustos possuem, na sua forma natural, volumes cuja conformação se assemelha à de sólidos geométricos (como o Buxus microphylla, o Teucrium fruticans, ou a Santolina chamaecyparissus) sendo, com frequência, utilizados em composições plásticas invulgares. Embora possam desempenhar uma multiplicidade de papeis no interior do jardim, os volumes dos arbustos são particularmente importantes na definição do espaço, constituindo limites e divisões espaciais, que podem, de acordo com as suas dimensões e densidades, ser apenas físicas ou físicas e visuais (figura B5).

Na modelação do espaço através da vegetação, as árvores e arbustos constituem as principais “massas” de volume, enquanto as herbáceas, em particular as herbáceas de revestimento, dão origem aos “vazios”. No entanto, apesar de possuírem em geral dimensões reduzidas, as herbáceas podem desempenhar funções estruturais e definir as divisões espaciais do jardim em massas de volumes de pequena dimensão.

A determinação de espaços abertos e fechados a diferentes níveis e de diferentes densidades (ou graus de transparência) pode constituir em si um argumento de composição e uma forma de enriquecimento da diversidade de um espaço (figura B6).

De acordo com E.C. Martin (1983), os princípios a considerar na definição do espaço e da imagem através da vegetação são a escala, a proporção, o equilíbrio de simetria e de assimetria, a repetição ou ritmo, a dominância, e o contraste. A escala estabelece uma relação mensurável entre as diferentes dimensões dos elementos de uma composição. A proporção relaciona os elementos entre si e com o todo. A proporção entre espaço aberto e fechado é um dos aspectos fundamentais a considerar em composições de volumes. O equilíbrio é estabelecido pela igualdade (equilíbrio de simetria) ou semelhança (equilíbrio de assimetria) da importância relativa ou “peso” (físico e visual) de cada elemento, por relação a um eixo ou a um ponto. Nas relações de equilíbrio de assimetria não é possível, em muitos casos, considerar apenas as características de volume e densidade da vegetação uma vez que outras qualidades (como a textura ou a cor) podem alterar completamente o seu “peso” ou valor relativo (o peso de uma árvore de textura grosseira ou floração intensa é, por exemplo, muito diferente do de uma de textura fina ou floração sem impacto visual, ainda que ambas possuam volumes e densidades idênticos). A repetição ou ritmo respeita à criação de sensações de movimento e progressão pelo uso repetido dos mesmos elementos compositivos (repetição das mesmas espécies, volumes, formas, linhas, texturas, ou cores). O princípio de dominância refere-se à acentuação do valor relativo de um elemento ao qual os restantes são subordinados. No que respeita às composições de volumes a dominância pode ser estabelecida pela dimensão (os volumes das árvores são em geral dominantes sobre os dos arbustos) e pela densidade (volumes densos dominam sobre volumes transparentes). Por último, o contraste consiste na acentuação de um efeito de composição pela oposição de elementos distintos.

Os princípios gerais de composição propostos por E.C. Martin (1983) são extensíveis também à conjugação de formas, texturas e cores.

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