segunda-feira, 12 de abril de 2010

Volume

“O desenho fundamental das paisagens e jardins resulta da distribuição e proporção entre espaço aberto e fechado” (4). Os volumes da vegetação são muitas vezes o principal elemento de definição do espaço no interior do jardim determinando padrões de aberto e fechado, interior e exterior, escuro e luminoso (CROWE, 1994). Através dos volumes podem construir-se no espaço os mais variados tipos de estruturas tridimensionais e conferir-lhes diferentes qualidades através da própria natureza dos volumes empregues, em particular no que respeita à sua densidade. Os volumes são, pois, uma característica da vegetação com influência simultânea na arquitectura e na imagem do jardim (figura B4).

As árvores constituem geralmente os volumes de maior dimensão e permanência no interior do jardim. Os seus volumes, muitas vezes elevados pelos troncos a uma altura que permite a circulação sob as suas copas, influenciam de forma determinante as características de luminosidade do espaço. As sombras das árvores reflectem as características de densidade dos seus volumes: densos e opacos ou leves e transparentes. As espécies de folha caduca apresentam variações sazonais de densidade que acompanham, de um modo geral, as variações de intensidade da luz das diferentes épocas do ano, tornando-as adequadas à maioria das utilizações. Os volumes das árvores de folha persistente são frequentemente densos e opacos e, por isso, muito marcantes. Quando isoladas estas árvores constituem excelentes pontos focais e, se em grupo, podem ser aplicadas como panos de fundo, na delimitação de espaços fechados, ou em barreiras de protecção contra os ventos (5) (MARTIN, 1983).

(4) Cf. Crowe, Sylvia, Garden Design, Garden Art Press, UK, 1994, p.107.
(5) Sabe-se no entanto que, quando aplicadas em barreiras de protecção contra os ventos a sua disposição não deve ser de forma a constituir uma barreira estanque, para evitar turbulências violentas das massas de ar.

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