sábado, 10 de abril de 2010

O jardim de flores é em si uma pintura animada de cores para todas as estações do ano, mas, o verdadeiro ex-libris de Giverny, é um jardim aquático onde Monet reuniu uma grande variedade de nenúfares, que viriam a servir-lhe de tema às famosas séries de pinturas realizadas entre 1901 e 1925.

Após a compra de um terreno pantanoso em 1893 “tudo o que ocupava a sua inteligência era o progresso da escavação do lago para o seu jardim aquático” (15). Monet amava a água mas também as flores, e foi isto que lhe fez surgir a ideia de a cobrir de plantas. Cinco anos após o início dos trabalhos o jardim aquático estava concluído, despertando um fascínio inesperado ao seu criador: “precisei de tempo para compreender os meus nenúfares”, diz Claude Monet. “Havia-os plantado pelo prazer: cultivei-os sem imaginar vir a pinta-los... Uma paisagem não nos impregna num dia... E depois, subitamente tive a revelação da magia do meu tanque. Agarrei na minha paleta...desde esse tempo não precisei de outro modelo” (16).

A beleza dos nenúfares enfeitiçou Monet, mais e mais, ao longo dos últimos trinta anos da sua vida. A primeira série de pinturas mostram ainda o “lago com os seus chorões, as flores crescendo nas margens e a ponte japonesa suspensa com glicínias” (17), mas, progressivamente, as outras plantas, lírios e agapantos, vão abandonando a cena até restarem apenas a água, os reflexos do céu, e os célebres nenúfares (CRESPELLE, 1992) (figuras B22).

(15) Cf. Crespelle, Jean-Paul, Monet, Editorial Estampa, Círculo de Leitores, Lisboa,1992, p.39.
(16) Cf. Claude Monet in Baridon, Michel, Les Jardins, Éditions Robert Laffont, Paris, 1998, p.1064.
(17) Cf. Crespelle, Jean-Paul, Monet, Editorial Estampa, Círculo de Leitores, Lisboa,1992, p.39.

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