sábado, 10 de abril de 2010

No jardim do século XX, a formas das plantas, tanto isoladamente como em grupo, tem vindo a adquirir cada vez maior valor escultórico. Por vezes, as próprias plantas são tidas como esculturas vivas, tornando-se objecto de cuidados especiais no que respeita à sua localização e enquadramento. Neste caso, a escolha da forma pode não depender apenas das características da espécie, mas recair sobre a própria singularidade do espécime, sobretudo se é possível a transplantação do exemplar adulto para o local pretendido.

Mais frequentemente, as plantas são usadas em composições escultóricas onde as diferentes formas estabelecem entre si relações de contraste e de semelhança. De acordo com Sylvia Crowe (1994) “a base destes agrupamentos é a combinação clássica de formas verticais, oblíquas e prostradas, por vezes, o contraste simples entre horizontal e vertical, ou estático e dinâmico” (8).

As composições de formas semelhantes produzem um efeito de massa, dando origem a formas que englobam todo o conjunto. No entanto, a forma do conjunto está intimamente relacionada com a forma dos elementos que o constituem, sendo indispensável um conhecimento exacto das plantas como indivíduos na produção deste tipo de formas.

Quando, pela justaposição de formas semelhantes, se produz um efeito de massa e repetição, o conjunto das formas individuais passa a ser aprendido como textura (MUNARI, 1991). Por esta razão a forma das folhas de um grande número de plantas é percepcionada, geralmente, apenas na sua dimensão de textura.

(8) Cf. Crowe, Sylvia, Garden Design, Garden Art Press, UK, 1994, p.125.

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