sexta-feira, 9 de abril de 2010

3.2.1. As plantas no espaço contemporâneo

Na época contemporânea, o problema da forma do jardim não obedece já aos mesmos parâmetros que na primeira metade do século XX, decorrendo em geral de princípios mais abstractos. A ecologia, a referência a um tema, a integração na paisagem ou a interacção com a técnica, são alguns dos argumentos de concepção da arquitectura do jardim contemporâneo que, embora se traduzam necessariamente em formas e modelos de plantação, transcendem o problema da forma em si mesmo, isto é, na abordagem ao espaço contemporâneo, o problema da forma converte-se claramente num problema de conteúdo. De facto, qualquer dos argumentos de concepção apontados podem encontrar reflexo tanto em estruturas formais como informais, o que prova que a sua semelhança não reside propriamente nas formas, mas nos princípios conceptuais que lhes dão origem.

Assim, na época contemporânea todas as possibilidades de concepção do jardim são deixadas em aberto: retomam-se e renovam-se os modelos do passado e procuram-se os modelos do futuro. Cada criador transmite ao jardim as suas perspectivas perante a sociedade contemporânea e face à própria ideia de natureza e de jardim, perspectivas que se reflectem numa multiplicidade de formas de tratamento e distribuição espacial da vegetação. De um modo geral, porém, revela-se no jardim contemporâneo uma tendência para a simplificação e para a síntese, expressa frequentemente em plantações também simples e estilizadas, por vezes apenas pontuais (figuras C36). Do mesmo modo, subjacente à arquitectura do jardim contemporâneo, encontra-se em geral todo um conjunto de novas preocupações ecológicas: protecção, recuperação e diversificação de habitats, minimização do dispêndio de recursos (como a água), reciclagem de materiais, etc., algumas das quais por vezes incorporadas em estruturas de aparência extremamente artificial.

Ilustrando a diversidade e complexidade de que hoje se cerca o tratamento espacial da vegetação, referiremos de seguida alguns exemplos de obras contemporâneas representativas de abordagens muito distintas à concepção do jardim.

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