quinta-feira, 8 de abril de 2010

Apesar do fascínio de Jensen pelos espaços exteriores, em particular pelas clareiras na floresta, às quais associava momentos de clareza intelectual e emocional e atribuia um intenso poder curativo sobre as mentes perturbadas e ansiosas, um dos mais celebrados trabalhos de Jensen, existente ainda, foi um jardim interior – the Garfield Park Conservatory. Dupla ironia é, ainda, o facto deste jardim ser constituído por espécies exóticas. Apesar disto, a sua concepção exprime de forma clara os princípios do estilo de pradaria.

Jensen pretendia com este jardim transmitir aos visitantes uma ideia dos diversos tipos de plantas que teriam existido em Illinois num tempo geológico muito recuado, de clima muito mais quente. As dimensões reduzidas deste espaço constuituíram para ele um verdadeiro desafio, já que pretendia que as suas divisões interiores se assemelhassem, tanto quanto possível, a paisagens exteriores. Algo que tentou concretizar recorrendo a plantações informais feitas directamente no chão, criando vistas com a abertura dos espaços centrais de cada divisão, e construindo muros em pedra cobertos de fetos, hepáticas e musgos, em torno dos limites exteriores das divisões, de forma a ocultar as tubagens e áreas de trabalho. No final, o efeito pretendido por Jensen foi de tal forma conseguido que, em 1907, aquando da abertura do Garfield Park Conservatory, as pessoas pensaram que este tinha, de facto, sido construído em torno de cursos de água existentes e ocorrências naturais. Este jardim, considerado na altura revolucionário era, no entanto, tão somente o produto da criatividade e capacidade artística de Jensen (figuras D16-D19).

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