As manchas abstractas de Burle Marx tem origem numa apropriação muito particular da arte, do tempo, e da paisagem. Ele rejeita os traçados de épocas passadas e a descontextualização do jardim do ambiente que o envolve, considerando que este “forma naturalmente a transição perfeita da arquitectura à natureza não disciplinada” (45), sendo as plantas características da região o elo fundamental de ligação do homem à paisagem (figura C35).
Na história da arte dos jardins, a singularidade da obra de Burle Marx, em grande parte devida ao seu tratamento da vegetação, confere-lhe a atribuição de um estilo próprio – o estilo burle marx –, “um estilo poderoso que pode ser comparado favoravelmente com os maiores desenhos do jardim de séculos precedentes” (46).
(45) Cf. Burle Marx in Dantec, Jean-Pierre le, Jardins et Paysages, Larousse, Paris, 1996, p.399.
(46) Cf. Adams, William Howard, Roberto Burle Marx: The Unnatural Art of the Garden, Distributed by Harry N. Abrams, Inc., New York, 1991, p.8.
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