sexta-feira, 9 de abril de 2010

A grandiosidade e a simplicidade fundem-se em Hidcote Manor através de uma estrutura compartimentada formada por um conjunto de espaços fechados, limitados por sebes e muros, ligados entre si por “corredores” orientados de acordo com as principais vistas do jardim, voltadas para a vastidão da paisagem (http://members.lycos.nl/gvolffen/index-62.html). No interior de cada um dos compartimentos geométricos, cada qual com a sua identidade, a vegetação é tratada de modos extremamente variados: toda a espécie de formas de topiária; plantações geométricas e informais; diferentes cores e texturas; etc (figuras C28-C29). Mas, o mais interessante, é o contraste planeado de cada um destes espaços com os espaços adjacentes, o qual contribui para um acréscimo do impacto da diversidade dos jardins e, também, para a indução de um sentimento excitante de progressão (http://www.nationaltrust.org.uk/hidcote/). Os elementos estruturantes de Hidcote não contribuem simplesmente para a sua conformação, eles são, antes, componentes essenciais ao seu carácter (figuras C30).

As ideias introduzidas por Lawrence Johnston, embora revelando conecções ao estilo inglês e francês (35), eram, à época da criação de Hidcote, inteiramente inovadoras. Desde então, inúmeros jardins (entre os quais o famoso Jardim de Sissinghurst Castle) foram influenciados por este tipo de estrutura compartimentada, não apenas na Inglaterra, mas também na Europa e na América.

Para além da singularidade da sua estrutura, Hidcote é animado pelas transformações sazonais da vegetação, constantes ao longo do ano, assim como por uma diversidade extraordinária de plantas provenientes de todas as partes do mundo (36), entre as quais novidades recolhidas por Johnston na sua expedição à África e à China, em 1927, e inúmeras variedades por ele desenvolvidas (como a Verbena ‘Lawrence Johnston’ e o Hypericum ‘Hidcote’).

Em 1948, o Jardim de Hidcote Manor foi legado à English National Trust, que tem desde então procurado restaurar e desenvolver o jardim em sintonia com as pretensões do seu criador, permanecendo fiel à estrutura estabelecida, mas experimentando tanto novas ideias como novas plantas e variedades, indisponíveis no tempo de Johnston.

(35) Johnston viveu uma grande parte da sua vida na França.
(36) Lawrence Johnston possuía inúmeros amigos dedicados à arte dos jardins que enviavam frequentemente para Hidcote plantas de todas as partes do mundo.

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