Os diferentes jardins seriais do Parque André-Citnöen, todos de dimensão equivalente, distribuem-se no espaço de acordo com uma estrutura arquitectural concebida por Patrick Berger, destinada a isolá-los física e visualmente em paralelo e em série (de onde o seu nome) (figura C52). A intenção de Patrick Berger ao estabelecer este tipo de estrutura segmentada era a de proporcionar aos visitantes do parque uma leitura do espaço a uma menor escala, ajustada a um pequeno grupo de utilizadores (CLÉMENT, 2001).
O desenho próprio de cada um dos jardins (numerados de 2 a 7), a cargo de Gilles Clément, desenvolve-se em torno do tema da água, tema que, de resto, domina todo o parque (física e simbolicamente).
Evocando o movimento da água, a sequência de jardins seriais traduz, através da vegetação, uma sucessão de diferentes etapas do seu ciclo. O jardim número um - jardim em movimento -, evoca o mar (com o seu aspecto ondulado sugerindo o movimento das ondas e das marés), representando “a fonte de todas as fontes” (60).
No jardim número dois, o jardim azul (o primeiro dos jardins seriais) é evocada a chuva. Brotando das pérgolas cobertas de trepadeiras de flores azuis que envolvem o jardim, as miríades de gotas que compõem a chuva surgem simbolicamente no centro do espaço, representadas por uma multiplicidade de manchas de vegetação dispostas de acordo com um padrão rítmico e fragmentado (figuras C52).
(60) Cf. Clément, G., Le jardin en mouvement, de la Vallée au jardin planétaire, Sens & Tonka, Paris, 2001, p.171.
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