sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os ideais de Robinson, potenciando a redução da artificialidade quer por meio da natureza da vegetação utilizada, quer pelo sistema de plantação, eram os mais consentâneos com os sentimentos de pensadores, historiadores de arte e pintores seus contemporâneos (10), tendo à época alcançado uma extensa difusão tanto na Europa como na América. Não obstante, alguns jardins botânicos europeus e americanos concebidos na viragem do século (final do século XIX, início do século XX), denotam uma quase ausência de planeamento em consequência da ênfase posta nas características individuais das próprias plantas (sobretudo exóticas provenientes do Extremo Oriente). Aos poucos, todavia, os princípios de Robinson influenciam cada vez mais o seu refinamento (HOBHOUSE,1997) (figura C13). Nas estruturas dos maiores jardins de coleccionadores de plantas da Europa do início do século XX, a influência de Robinson é já notória, assim como nos jardins americanos de plantas nativas, sobre os quais mantém, ainda hoje, um forte ascendente (HOBHOUSE,1997).

(10) Na segunda metade do século XIX manifestava-se na Inglaterra um forte movimento de reacção contra a industrialização vitoriana representado na pintura pelo movimento Arts and Crafts, movimento ao qual se associa igualmente um estilo de jardim. Reagindo à industrialização vitoriana e à produção pelas máquinas, o movimento Arts and Crafts advogava o retorno aos produtos artesanais, por oposição ao fabrico em série e à artificialidade (HOBHOUSE, 1997).

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